Megadeth – Do Pior ao Melhor Álbum

A banda criada a partir do sentimento de vingança de Dave Mustaine teve seu endereço já no primeiro álbum, com o nome que dá o tom de ódio e misantropia de seu criador, milhares de mortos. Um som e agressividade que fazem jus a tal nome poderoso.

Discografia: Os primeiros colocados são simplesmente os grandes álbuns da história do metal, com certeza gerando muito influência em diversas bandas e estilos posteriores e por que não em seus contemporâneos, dito isso, há um terço da discografia a parte final que se não for um tanto cansativa é decepcionante. Ainda sim é uma discografia relativamente consistente.

16 – Risk(1999)

Seleção: Time: The End.

O álbum imperdoável do Megadeth , o álbum que queria ser tudo, agradar a todos e atirou pra todos os lados, no fim não conseguiu ser nada, não agradou ninguém e não acertou nada tudo que se propôs a fazer  e fez mal feito.

Composições desastrosas, distorções que em nada combinavam com a voz de Mustaine nem sequer combinavam com o que eles estavam tentando fazer, seja lá o que for, toda a abordagem do álbum é confusa com um som que em nada se encaixa. Junto com o lançamento anterior foi o suficiente para mudar a formação.

15 – Cryptic Writings(1997)

Seleção: Mastermind e Vortex.

É um álbum com uma boa intenção e potencial, apesar de ser muito criticado e ser sem dúvida muito fraco em questão de riffs, peso e  solo sua maior fragilidade é a produção; escolha de timbre dos instrumentos e mixagem.

Há faixas que são de completo mal gosto que só de ouvir dá vontade de jogar o disco na parede como Almost Honest que possivelmente pode ser a pior faixa da história da banda.  O álbum merecia talvez uma repaginação, não é completamente detestável como é colocado. Mas há detalhes que o fazem ser odiado com razão.

14 – Thirteen(2011)

Seleção: Fast Lane.

Neste álbum o tempo de banda se torna evidente por uma espécie de estagnação, riffs um tanto simplórios e saturados e mais evidente a voz de Dave, que como bom guerreiro continua na luta, mas não isento das cicatrizes do tempo.

Para piorar pouco tempo para Chris Broderick fazer sua magia, o álbum fica um pouco abaixo da média da banda.

13 – Super Collider(2013)

Seleção: Built for War.

Chris Broderick continua formidável eu diria com um pouco menos de liberdade ou participação do que o seu primeiro álbum pelo Medadeth, mas com algumas linhas de guitarra magistrais dando contornos interessantíssimos pra música, contudo os riffs de Dave continua preguiçosos trazendo somente o básico sem tempero algum.

12 – Endgame(2009)

Seleção: Bite The Hand e Dialectic Chaos.

Chris Broderick derruba a porta com os dois pés destruindo tudo logo com Dialectic Chaos, com toda sua fluidez impetuosa, o virtuosismo de sua guitarra é o sabor do álbum, este por sua vez é regular nos riffs e composições, apesar de rápido e pesado, falta criatividade e empenho por parte do Dave que se não fosse as mãos hábeis e talento místico de Broderick o álbum seria absolutamente ignorável, ou pouco relevante, mas pelas guitarras flamejantes de Chris ainda vale e muito.

11 – The Sick, The Dying… and The Dead(2022)

Seleção: We’ll Be Back.

O álbum que marca o maior hiato entre álbuns. O título, a velocidade, e a produção agressividade lembra os álbuns clássicos do Megadeth.

Agressivo com pouca participação das guitarras do Kiko ainda sim um álbum pesado e extremo.

10 – So Far, So Good… So What!(1988)

Seleção: In My Darkest Hour e Liar.

O Álbum que carrega um dos maiores riffs de Dave Mustaine, In My Darkest Hour que é um verdadeiro clássico da banda, presente em quase todos os shows, pesado e com uma letra homérica não é o suficiente pra carregar o disco sozinho, que demonstra ser confuso e inadequado em alguns momentos como o desastroso cover de Anarchy In the Uk.

9 – Dystopia(2016)

Seleção: Bullet To The Brain e Fatal Illusion.

Um álbum agressivo, trazendo uma inspiração a Dave e uma abordagem que lembra os álbuns mais antigos, há um respeito ao tema lembrando o que foi feito em System has Failed, Dave deixa seu guitarrista recém introduzido livre para explorar suas habilidades. O álbum traz uma qualidade e uma aplicação das maiores características do Megadeth que não se podia ver há muitos lançamentos interiores

Bullet To the Brain é uma tremenda porrada de combinação moderna com o modo old school Megadeth sem dúvida um dos melhores metais que eles produziram em pelo menos uma década inteira.

8 – The World Needs a Hero(2001)

Seleção:  Losing My Senses, Recipe For Hate… Warhorse e Burning Bridges.

A banda volta forte aqui, com peso, técnica e cadência, as primeiras faixas enganam, pois, são um pouco batidas, mas a partir de 1000 Times vemos uma banda inspirada e com Burning Bridges encontramos o com peso, remetendo ao Cowntdown to Extinticion, em Losing My Senses o metal é mais melodioso lembrando o memorável Youthanasia.

No geral é um álbum bom, não extraordinário, poréem contém faixas muito boas e está na galeria dos bons do Megadeth.

7 – The United Abomnations(2007)

Seleção: Sleepwalker, Play for Blood, You’re Dead e Amerikhastan.

Um álbum pesadíssimo, um frasco do melhor do Megadeth; técnico, desenvoltura e destreza, é um álbum muito consistente, completamente forte em cada faixa, com certeza um álbum que agrada e muito o paladar não somente dos fãs.

6 – Killing is My Business… And My Business is Good(1985)

Seleção: Last Rites/Loved to Deth e The Skull Beneath the Skin.

Uma declaração de ódio e vingança, o álbum transparece maldade e ódio, uma das melhores amostras do Thrash Metal oitentista e do estilo do Megadeth com agressividade e quebras de time e compasso, com a voz dilacerante e característica de Dave Mustaine, a criatividade nas composições e peso se mostram nesse álbum, a faixa inicial é o urro de uma fera prestes a fazer milhares de vítimas. O álbum carrega marca e autenticidade.

5 – Peace Sells… But Whos Buying?(1986)

Seleção: Wake Up Dead, Bad Omen e Peace Sells.

Uma continuação rebuscada e melhor cuidada de Killing is My Business, aqui a banda aborda mais uma de suas características marcantes que é a quebra do ritmo com o destaque para a voz de Dave como na própria Peace Sells. Ainda assim há composições que ainda criam velocidade e elaborações descontruídas como na Bad Omen. O álbum que tem uma excelente produção como se equipassem um exército sanguinário com o melhor armamento possível.

4 – Youthanasia(1994)

Seleção: À Tout Le Monde, The Killing Road, Youthanasia e Family Tree

Um primoroso álbum do Megadeth, neste álbum a banda traz um metal mais suavizado com algumas inserções Hard/Heavy Metal, com melodias que amenizam o peso, porém trazendo uma absorção mais fácil das faixas, os melhores exemplos dessa abordagem seria a clássica À Tout Le Monde e Family Tree.

Ainda há uma grande faixa de peso e um dos melhores “feitiços” de Friedman que é a música título.

3 – The System Has Failed(2004)

Seleção: Blackmail the Universe, Kick the Chair, Back in the Day, Truth Be Told e Tears in a Vial

Blackmail the Universe já abre o álbum com uma bomba atômica,  o conceito sobre o sistema judicial e educacional está falido parece ter inspirado Dave de ódio, o que reverberou nas melodias e na voz ácida dele.

O álbum tem o melhor que o Megadeth pode apresentar com peso, pausas trocas de riffs, times diferentes uma elaboração complexa de melodia e solos engenhosos bem entrelaçados com as faixas.

Esse álbum trouxe algo um tanto esquecido do Megadeth que são as distorções das guitarras sujas e flamejantes como em Rust in Piece.

2 – Countdown to Extinction(1992)

Seleção: Symphony of Destruction, Architecture of Aggression, Sweating Bullets, Psychotron, Captive Honour, Ashes in Your Mouth e This Was My Life.

O Thrash Metal dá lugar a uma espécie de Groove Metal ainda mais cadenciado, dando um destaque ainda maior aos dois principais elementos da banda: a voz viscosa e maléfica de Dave Mustaine e as habilidades e destreza inspiradora de Marty Friedman, ambos fazem jus a este espaço, entregando um álbum repleto de grandes obras do metal, com riffs, refrões, solos e melodias que permanecem na mente e marcam.

A banda vem com uma sonoridade limpa e trazendo um dos melhores álbuns de metal da história, inspirando porém uma outra escola do metal outra que a do Rust in Piece, somente Megadeth para inspirar escolas diferentes e diferentes subgêneros.

 É totalmente plausível posicionar este álbum como o melhor do Megadeth

O álbum foi a porta de entrada para músicas mais melodiosas com refrãos impulsionadores, muito do Youthnasia vai em consequência deste álbum que abriu as portas para Dave explorar uma abordagem um pouco mais acessível para seu som.

1 – Rust In Piece(1990)

Seleção: Hangar 18, Holy Wars… The Punishment Due, Tornado of Souls, Five Magics, Rust in Piece… Polaris e Lucretia.

Pode se dizer que é a obra prima da união completa da banda, ou seja, Mustaine, Friedman, Menza e Ellefson, em total sinergia e conexão. Todas as qualidades e características do Megadeth explorado a décima potência. Um álbum irretocável.

As quebras de time e ritmos, com pausas, alternando em melodias e riffs desconstruídos (Servindo de inspiração com certeza para bandas de metal progressivo) com solos virtuosos carregados de peso, totalmente alinhados às músicas como só um mestre das 6 cordas como Friedman conseguiria.

O álbum é totalmente inspirado e uma das melhores amostras do Thrash Metal, e um dos maiores parâmetros do metal com toda a certeza, pesado, agressivo e rápido.

8 comentários em “Megadeth – Do Pior ao Melhor Álbum”

  1. Sabiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
    Eu sabia que ele ia colocar o COUNTDOWN em primeiro.
    Mas, meu parça… United Abominations é impossível de ouvir até o fim… Lembro que gastei pra comprar o CD lá pelo lançamento e nunca consegui ouvir uma vez inteira… Ah, o Álbum do Kiko é muito fraco, para o meu gosto pessoal, quero deixar claro.

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    • Countdown é extraordinário mesmo, mas a medalha de ouro tinha que ser de Rust in Piece.
      United Abominations se mostra consistente, apesar de não ser muito criativo, mas ele atende e muito um metaleiro buscando peso e velocidade.
      Já o álbum do Kiko tem os seus méritos.

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  2. Muito boa análise mano, eu mudaria o Distopia para 3, Youthanasia 4, Peace Sells em 5 e assim por diante… Vc tem que fazer agora do Carcass,Nevermore e Symphony x, iria ser foda. Parabens pelo trabalho irmão

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  3. Deixa eu deixar mais comentário, sobre meu primeiro comentário: eu ouvi o KILLING na época e achei infantil o papo do “you better believe it! – ahahahahaha”, “you think i´m kiddin´don´t´cha??”, mas também achei um disco coeso, preciso, intenso, sincero, cheio de vontade, etc
    Ainda lembro de ter numa fitinha K7 o PEACE SELLS o que deixou a qualidade ainda mais tosca e eu amava ouvir WAKE UP DEAD com o som fosco e cheio de chiados.. Achei esse segundo álbum “mais adulto” (sem as piadinhas serial killer antichrist) e com um toque de política (ainda eram dias onde esquerda não era palavrão) e uma bela evolução em composições com variações de andamento e, claro, todo o banquete de riffs e bases complexas do Mr. Mustaine e quem ele convidasse para seu comparsa nas 6 cordas. Adoro até hoje a letra de PEACE SELLS…
    Outra fitinha tosca que eu tive e tenho saudades é a que eu tinha SO FAR, SO GOOD, que não dava nem pra ouvir os naipes de metal da abertura de INTO THE LUNGS OF HELL, uma bela masterpiece da “era from hell” da minha vida. Eu maguei com o Wesley Snipes da Shopee em falar mal de ANARCHY FOR THE USA.
    Explico.
    Pra mim esses 3 álbuns fazem uma trilogia mesmo. Todos os 3 tem covers. Tem covers sensacionais. Cover, na minha humilde opinião é pra fazer alguma diferença. Cover é pra você dar alguma contribuição, algum pitaco, alguma mexida, cover é pra fazer alguma coisa relevante e foi isso que o Mustaine fez. Ele é um cara muito controvertido, mas pra mim é um grande compositor. Pra mim ele nunca ficou escravo do “modelo thrash 80” e mostrou isso, na minha opinião, nesses 3 covers. Pra mim, os 3 mostram uma variedade relevante de composições onde ele foi trocando de músicos mas sempre querendo compor. THESE BOOTS era uma música da Nancy Sinatra, tou falando besteira? “Something you call love, I call SEXXX”. Começa como uma espécie de Reggae e vira speed metal com um quase breakdown (a mudança de cadência que vem uma tormenta de cordas descendo a escala). Não sei se estou ficando senil, a idade pesa, não sei se é alzheimer, mas sempre achei isso foda demais, tou ouvindo agora no Youtube e ainda não mudei de idéia. Ouçam a versão original e me digam a opinião de vocês.
    Disse tudo isso pra dizer que a partir dessa trilogia veio a fase Marty Friedman que eu sabia que o Wesly era fã de carteirinha. Também sou. Mas não só.
    Quando o Youthanasia foi lançado MUUUUUITA GENTE TORCEU O NARIZ. Pelo menos os meus amigos “from hell” acharam que o Mustaine “traiu o movimento”.
    Pode ter traído, mas não traiu sua verve criativa, sua alma de compositor.
    O cara é mala, o cara é difícil, o cara é de direita, etc etc etc, posso falar mal um monte, mas quero ser justo. Pra mim, sempre considerei o Dave Mustaine um baita compositor, inclusive no RISK e no CRYPTIC WRITINGS (que seriam álbuns que talvez não devessem entrar nessa competição).
    Pra finalizar (acho que já escrevi demais) eu só vou justificar porque não gosto de DYSTOPIA.
    Papo reto.
    Pra mim é um amontoado de clichês e idéias coladas como uma colcha de retalhos.
    Posso estar sendo injusto, estou deixando bem claro que é o MEU GOSTO PESSOAL, mas eu acho um álbum composto reciclando um monte de coisas antigas (e quem me conhece sabe que meu lema é “de velho chega eu”).
    Quando eu soube que o Mustaine tava contratando o Kiko Loureiro, achei o máximo. Nunca acompanhei a carreira do Kiko, mas o cara é extremamente talentoso, mas fiquei com uma pulga atrás da orelha nas entrevistas do Mustaine chamando o cara de “competente” e “profissional”. Cara, na moral, Mustaine precisava de mais um guitarrista de aluguel. Não fui eu que disse isso, foi o Friedman. Será que tou viajando?
    Bem, DYSTOPIA é uma boa música, mas para mim é morna. Parece uma “música padrão” do Megadeth onde deixaram o Kiko Loureiro fazer um “som de fundo”. O solo, inclusive, me lembra demais Rust in Peace.
    Tentando sintetizar e encerrar, eu acho isso do Megadeth depois do SYSTEM HAS FAILED: a gravadora quer faturar e o Mustaine tá só reciclando o que já fez e morreu o compositor.
    Peço desculpas sinceramente, mas é meu ponto de vista.
    Ah! Só pra acabar de chutar a canela, os clipes do álbum são horríveis! YOU THINK I´M KIDDING, DON´T´CHA????????? HAHAHAHAHAHA!!!

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    • Killing Is My Business e Peace Sells são extraordinários, creio que o primeiro às vezes não tem o devido reconhecimento, talvez um pouco ofuscado pelos anteriores
      So Far, So Good é um álbum caótico, reflexo da situação da banda quem sabe com membros instáveis na época… sobre a cover no álbum acaba sendo mais um elemento pra confusão do disco.
      Sobre Youthanasia é um choque muito grande mesmo, e o que mais me impressiona é a aprovação do público e fãs, mesmo sendo tão diferente.
      Sobre Cryptic Writings eu sou do time que o álbum tinha potencial imenso, mas… ficou o que ficou. Risk é mais complicado defender
      Dystopia é bem técnico e cumpre bem seu papel, não é de se comparar aos topo da lista, mas é um álbum digno

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      • Eu ouvi um pouco do Theory of Mind , do Kiko Loureiro e confesso que nunca acompanhei a carreira do cara. Mas acho que tenho uma aversão prévia do Dystopia porque eu já sentia que o Mustaine ia limitar o trabalho do cara.
        Dystopia não é um álbum ruim. Não, não é. Mas, para mim, é um Álbum “dirigido pela Gravadora”. Para mim é um trabalho limitado, direcionado. Eu ouvi uma entrevista com o Kiko ele falou sobre o processo de composição da Banda e eu senti isso também nessa fala dele.
        Digamos assim, Dystopia não é ruim. Não é. É que eu gostaria que fosse muito mais, eu sinto que tinha o potencial de ser um dos melhores, ou quem sabe um turning point no Megadeth. É a minha sensação.

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